domingo, 13 de julho de 2008

O Jogador Perfeito - Parte IV

Tanto no voleio de esquerda como no de direita, algumas observações são necessárias para entendermos porque o voleio de Federer é considerado um dos melhores do mundo. Em bolas altas ou baixas, Federer sempre consegue executar um bom voleio e, na maioria das vezes, utilizar este golpe para atacar seus oponentes. Vamos estudar algumas características destes golpes de Federer.
Cabeça
Duas observações são importantes em relação ao posicionamento da cabeça de Federer durante a execução do voleio:
- No momento do impacto, podemos notar que a cabeça de Federer está alinhada com seu pé esquerdo (1), podemos traçar uma linha do início da cabeça até o meio do pé esquerdo. Isto produz um centro de gravidade que dificulta a perda de equilíbrio durante a execução do golpe, e o equilíbrio durante o voleio é um dos maiores fatores de sucesso ou não durante a execução do golpe.
- Repare que Federer praticamente toca seu ombro (na direita) ou peito (na esquerda) com o queixo durante o impacto (2), e mais importante, mantém esta posição após o contato com a bola. Alguns jogadores movem a cabeça prematuramente tentando acompanhar a bola, ocasionando uma maior dificuldade de colocação e controle do golpe.

Braço Esquerdo

Tanto no voleio de direita como de esquerda, o braço esquerdo de Federer é essencial para a execução do golpe. Repare que no voleio de direita ele abre o braço durante o golpe, lembrando o posicionamento de um equilibrista ao se equilibrar em um arame ou corda. Na esquerda o braço esquerdo é mantido atrás do corpo, lembrando muito o movimento que Federer executa no slice e também com a intenção de manter o equilíbrio (3).

Punho

Como todo grande voleador, Federe mantém a cabeça da raquete acima do punho (4), o que proporciona maior controle e potência do golpe. Vale lembrar que para tal, é necessário executar o trabalho de flexão dos joelhos, sobretudo em bolas baixas.

Quadris

Por último, vale notar que durante a execução do golpe, Federer mantém seus quadris perpendiculares a rede (5), proporcionando uma melhor colocação dos golpes tanto na paralela com na cruzada.


terça-feira, 1 de julho de 2008

O Jogador Perfeito - Parte III

Em continuação a série de artigos sobre o jogador perfeito, hoje vemos analisar quais os pontos que diferenciam a biomecânica do saque de Roddick

Pés
Quando Roddick lança a bola e dobra os joelhos, ele imediatamente se equilibra na ponta dos pés. O espaço entre os pés não acompanha os ombros, porque Roddick não junta os pés quando saca. Esse movimento onde não há junção dos pés é um pouco mais fácil, pois elimina uma parte da coordenação do movimento, no entanto é indicado a jogadores altos ou com boa impulsão, pois ao juntar os pés o jogador consegue subir mais alto em direção a bola.
Repare na foto abaixo, que a abertura dos pés é ligeiramente inferior a amplitude dos ombros de Roddick. Isso deixa o jogador em equilíbrio e pronto para saltar durante a execução do golpe.



Joelhos
Devido ao movimento curto no backswing, Roddick é obrigado a abaixar os joelhos um pouco mais rápido que jogadores que possuem um movimento maior durante a execução do saque, além disso, este movimento requer uma flexão máxima dos joelhos para que o jogador possa saltar mais alto durante a execução do golpe. Este é um ponto crítico a jogadores que optam por este movimento, pois se a velocidade da flexão dos joelhos não acompanhar a velocidade da raquete no backswing a eficiência do serviço será prejudicada. Esta flexão de joelhos rápida é o que dá a aparência explosiva do saque de Roddick. Repare nas fotos abaixo, a perfeita flexão dos joelhos e altura que o jogador chega no momento do saque.



Backswing
O grande segredo de Roddick ao utilizar o backswing curto é a extrema velocidade com que ele abaixa o ombro direito e depois faz o movimento inverso em conjunto com uma pequena rotação. Ele compensa a falta de movimento dos braços e rotação dos ombros com uma excelente elevação dos mesmos, que é o que vai gerar a famosa potência do saque de Roddick. Jogadores, principalmente amadores que optam por este tipo de saque tendem a diminuir o movimento no backswing mas não compensar na elevação dos ombros, o que irá gerar perda de potência e possível lesão ou dor nos ombros, braço e cotovelo.

Toss
Como não poderia deixar de ser, este movimento curto requer um toss mais baixo, mas também muito mais preciso, para tal podemos notar que Roddick trava seu pulso na hora do lançamento, pois qualquer movimento do pulso na hora do toss pode gerar uma perda de controle do mesmo.